Branco e Vermelho

I love emma watson

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O sufoco que sentia era gigantesco, era… sufocante. Sorria de esguelha sabendo que estava a ser observada pelos olhos sagazes da frente – deveria estar a tomar, pelo menos, alguma atenção às suas palavras, porém pareciam-lhe tão… vagas. Nada parecia ter significado naquele dia, nada tinha importância para si. Parecia-lhe que o ar não era suficiente, que os que se encontravam em seu redor lho roubavam, não permitiam que usufruísse daquele bem essencial que também era seu.

Olhou em volta, desafiando a pessoa à sua frente, que continuava a debitar como se não houvesse amanhã. Alguém lhe deveria dizer como era irritante, repetitivo e nada interessante. O orador criava uma visível barreira entre si e os seus ouvintes. Ela pensou nesse mesmo instante que ninguém devia estar a ouvir realmente, apenas olhavam ocasionalmente para fingirem algum interesse. Adorava observar os outros no seu aborrecido teatro e luta interior, tirando apontamentos à pressa sobre tudo e coisíssima nenhuma; os seus comentários à média voz sem qualquer conteúdo, apenas um eco daquele que falava incessantemente. Só conseguia pensar em como era irritante tudo aquilo…

Odiava pessoas, situações, objectos irritantes; aliás ela encontrava-se perigosamente irritável naquele dia. Seria uma missão impossível algo prender a sua curiosidade. O dia ainda ia no seu começo, porém nada anunciava melhorá-lo. Ela deixara de ter esperança, abatera-se um realismo pessimista sobre a sua mente. Tal pessimismo não aparecera por razão específica, apenas surgira como uma gripe ou uma chuva em Setembro. Eram sempre inesperados aqueles dias, e nada desejados como calculado.

O sufoco permanece, permanecerá… Era o seu estado de espírito naquele dia e nada ou ninguém mudaria tal humor. Simplesmente existem dias assim.